Dúvida, racionalidade e ceticismo características anteriores a Grande Fé.

Tem se ouvido falar muito sobre fé, de crer em algo ou até em Cristo, mas agora falaremos sobre o que acontece antes da pessoa ter fé, que é a dúvida ou a incerteza.
Primeiramente devemos entender algumas coisas:
Duvidar não é pecado – Jesus elogiou algumas pessoas por terem fé, exemplo do centurião, da mulher do fluxo de sangue, da Cananéia, etc. Mas ele nunca criticou ninguém por ter dúvidas sobre ele, principalmente, porque não podemos ver nada espiritual se Deus não nos revelar e Jesus Ele próprio é o autor da fé, sendo assim Ele é o responsável com colocar fé em nós. Fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé... Hebreus 12:2.
Duvidar não é incredulidade – Duvidar é natural a incredulidade é no caso não acreditar que Deus fará tal coisa a exemplo dos Israelitas que não acreditavam que Deus era capaz de dar a eles a vitória. E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura contra os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade. Hebreus 3: 17-19Incredulidade é pecado, afinal Deus já se mostrou e mostra seu poder, Ele é Todo-Poderoso – Se a pessoa é incrédula está fazendo Deus de mentiroso.
Dúvida vem de pessoas que pensam e é até aceita por Deus, devido a grandiosidade de Sua obra. Vede entre as nações, e olhai; maravilhai-vos e admirai-vos; porque realizo em vossos dias uma obra, que vós não acreditareis, quando vos for contada. Habacuque 1:5
Assim sendo um grande ato de fé requer uma grande confirmação.

Vejamos alguns homens na Bíblia que duvidaram, mas depois creram grandemente.

1º Apóstolo Tomé: (O Dídimo cujo nome significa: Nascido do mesmo parto – Gêmeo)
A maioria conhecem a parte em que Tomé manifesta a sua incredulidade, o seu nome tem sido utilizado por muitos pregadores para mensagens sobre o assunto, e por muitos incrédulos para justificar as suas atitudes, como se Tomé fosse o símbolo da dúvida e da incredulidade. Até o cinema, geralmente, tenta diminuir a figura de Tomé apresentando-o como vacilante, desinteressado, sem entendimento.
Portanto, começo por pedir ao leitor que tente pôr de parte qualquer ideia preconcebida a respeito deste apóstolo, para que possa examinar com imparcialidade o que diz a Bíblia sobre Tomé. Vamos examinar as suas dúvidas e sentir os seus problemas.
As primeiras referências que os evangelhos nos dão sobre Tomé vêm nas listas dos apóstolos. Tanto em Mateus 10:3 como Marcos 3:18 como Lucas 6:15 o nome de Tomé aparece relacionado com o de Mateus. Por que será que os evangelistas relacionam sempre estes dois apóstolos, Tomé e Mateus? Não há resposta, mas talvez por terem trabalhado juntos ou por serem muito amigos ou por terem feitos parecidos. Mateus era pessoa ponderada e metódica. Vemos isso pelo evangelho que escreveu. Talvez Tomé também fosse assim.
Vejamos a primeira passagem que nos fala de Tomé e que se encontra em João 11:16 .Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele. Uns dias antes desta passagem, Jesus em Jerusalém identifica-se como o Filho de Deus, sendo rejeitado pelos judeus que pegaram em pedras para o matar. Tendo fugido para onde estava depois do Jordão, quando ouve a mensagem de que Lazaro estava enfermo, em Betania pertíssimo de Jerusalém, todos os discípulos estavam preocupados, mas Jesus não iria mudar de idéia, ia voltar. A morte ou prisão seria quase certa, afinal Jesus tinha assumido a condição de Filho de Deus, isso era sentença de morte para os judeus. Nesta ocasião Tomé foi taxativo se Jesus vai ao encontro do perigo então: Vamos nós também, para morrermos com ele.
É nas ocasiões difíceis, que se manifestam os grandes homens e esse homem foi Tomé. Ele sabe qual a grande responsabilidade dos que seguem a Jesus. Ele sabe que é preciso ir com Jesus até à morte. Tomé foi o primeiro a decidir-se, plenamente consciente dos perigos da sua atitude. A sua coragem, fidelidade e amor para com o Mestre, levou-o a segui-lo dando o exemplo aos outros apóstolos.
Vejamos agora outra passagem em João 13:36 a João 14:6. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.
Isso é um questionamento básico de Tomé, que provavelmente era dúvida de todos, mas ninguém perguntou e justamente na semana que Cristo seria crucificado. Para onde vamos se não sabemos o caminho?
É interessante, que enquanto Pedro manifestara a sua intenção de morrer por Jesus, Tomé pelo contrário, expõe a sua ignorância e aguarda o esclarecimento de Jesus.
Como é grande a diferença entre as palavras de Tomé e de Jesus. É a diferença entre o material e o espiritual, a diferença entre o amigo do “Cristo humano” pronto a segui-lo pelos caminhos deste mundo, e o “Cristo divino” que os convidava a seguir pelo caminho dos Céus. Como poderia Tomé compreender as palavras de Jesus?
Temos agora a passagem mais conhecida em, João 20:24-29.
Ora Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles, quando veio Jesus. Disseram-lhe pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos nas suas mãos, e não meter o dedo no lugar dos cravos, e não meter a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.
E oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu. Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.

Tomé não estava com os discípulos, não viu a Cristo ressurreto, então não se deixou levar pela fé aléia.
Como poderemos interpretar esta atitude de Tomé? Indiferença? Julgamos que não.
Podemos notar que, com as suas aparições, Jesus escolhia as suas testemunhas da ressurreição, aparecendo em ocasiões e em situações capazes de dissipar qualquer dúvida acerca da ressurreição.
Primeiro Maria Madalena, uma fraca testemunha em que os apóstolos não creram.
Depois aparece a mais mulheres, mais tarde a dois discípulos a caminho de Emaús cujo testemunho também foi recebido com muita reserva da parte dos outros crentes.
Em seguida aparece estando os apóstolos e outros discípulos reunidos, colocando-se no meio deles. Cristo teve o cuidado de se colocar no meio, para desfazer qualquer dúvida quanto a ilusões de óptica ou efeitos de luz. Ele se colocou no meio, para ser visto sob todos os ângulos e ainda mais do que isso. Segundo nos conta Lucas, Cristo pede alguma coisa para comer e tendo-lhe dado um pedaço de peixe assado, ele o comeu.
Jesus sabia que não só os olhares dos apóstolos mas também os dos crentes e dos críticos através dos séculos, estariam atentos aos mais ínfimos pormenores dessa cena.
Depois disto tudo, podemos dizer que Tomé já não tinha argumentos para manter a sua incredulidade. No entanto, Tomé não estivera presente nessa primeira aparição aos apóstolos.
Mas chega-se ao domingo seguinte e os apóstolos, como de costume, estavam reunidos no primeiro dia da semana e Tomé também lá estava.
Tomé já não era o mesmo Tomé crente, mas um Tomé receoso, atento a todos os pormenores com a sua crítica destrutiva. Não era um homem pronto a crer e aceitar, que pudesse ser vítima da sua auto-ilusão, mas aquele que se recusava a crer até na sua própria vista.
O Mestre voltara com a sua saudação tão conhecida. Paz seja convosco.
O Mestre não lhes dirige uma única palavra de censura. Em vez disso, voltara com a sua calma e serenidade para lhes dar a sua Paz. Essa Paz que excede todo o nosso entendimento. O Mestre está mais pronto a conceder o seu perdão do que nós a recebê-lo.
Jesus dirige-se para Tomé e coloca-se na sua frente. Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.
Tomé, movido pela poderosa fé que sentia no seu coração, disse o que até aí não tinha descoberto: Senhor meu, e Deus meu.
Tomé não se limita a ter uma nova opinião sobre a ressurreição de Jesus. Ele toma uma decisão. Senhor meu. Ele se arrepende e entrega-se incondicionalmente a Jesus aceitando-o como seu salvador.
Deus meu. Já não era a mesma fé sem esperança, movida pela lealdade a um amigo. Daí em diante, Tomé punha Cristo em igualdade com Deus Pai, cria em Cristo como o Filho de Deus.
Por vezes uma fé forte cresce vagarosamente.
Com esta nova experiência de Tomé e com a sua declaração de fé, quantos crentes através dos tempos tem Tomé trazido aos caminhos do Senhor? Podemos dizer que, Tomé duvidou para que nós pudéssemos crer.

2º Paulo (Saulo que quer dizer Pequeno)

E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me dizia em língua hebráica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. Atos 26:14

Paulo era um homem muito instruído, ele mesmo relata isso. Atos 22:3 e em outras passagens ele demonstra, ser doutor da lei, conhecedor de varias línguas (segundo estudiosos 5 línguas), Romano de nascimento, etc. Um homem idôneo de grandes credenciais. E nesta passagem de atos 26:14 fica demonstrado que ele estava resistindo a Cristo, não queria crer na verdade, isto está dito em, recalcitrar contra os aguilhões, Recalcitrar é resistir, e aguilhões são os ferros usados para guiar os boi, aqui pelo interior esse aguilhões são chamados de xuxo, vara, ponta ou ferro, e ainda são usados nos carros de bois e arados puxados por bois.
Paulo duvidava, mas não tinha como questionar as Palavras das Escrituras, as palavras ditas por Estevão, e ele resiste até “cair do cavalo”, ser curado e se tornar um dos maiores exemplos de conversão da Bíblia, inclusive hoje alguns judeos reconhecem a Paulo, sua inteligência e não aceitam a Cristo.

Exemplo de uma vara sendo usada como aquilhão por um guia de carro de boi.

Jesus se referiu a Paulo como um boi que resistia a ser guiado por Deus.

3º Gideão – O general de 300 homens

Naquela mesma noite disse o Senhor a Gideão: Levanta-te, e desce contra o arraial, porque eu o entreguei na tua mão. Mas se tens medo de descer, vai com o teu moço, Purá, ao arraial; ouvirás o que dizem, e serão fortalecidas as tuas mãos para desceres contra o arraial. Então desceu ele com e seu moço, Purá, até o posto avançado das sentinelas do arraial. Juizes 7: 9-11
Gideão estava receoso, afinal como trezentos homens iriam vencer uma multidão, medo e duvidas lógicas, Deus sabia disso, por isso Ele não se nega em momento algum em dar provas de que isso iria acontecer, perceba a boa vontade de Deus em Juizes 6 e 7, quando Gideão está fortalecido na fé por Deus a vitória acontece, Gideão sempre foi prudente e sábio com relação aos pedidos de Deus, questionador e não um afoito.

4º Abraão – O pai da fé

Ao que se prostrou Abraão com o rosto em terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? Dará à luz Sara, que tem noventa anos?Depois disse Abraão a Deus: Oxalá que viva Ismael diante de ti! Gênesis 17: 17-18.
Deus tinha dado a Abraão uma promessa, como ela demorou, agora ele tinha 99 anos, ele tomou suas providencias para agradar a Deus, afinal se Deus não tinha feito isso de dar a ele um filho de Sara, agora seria ainda mais difícil. Então quando Deus confirma a promessa muda o nome de Sarai (Princesa) para Sara (Rainha, Mãe de Nações), Abraão cai de risos, verdadeiramente, o texto é claro Abraão riu na cara de Deus. Mas Deus não se irrita com ele, afinal crer no incrível só com a ação de Deus, e Ele reitera, acende a fé em Abraão e Abrão crê, principalmente depois do nascimento de Isaque, Abrão crê até que Deus pode ressuscitar Isaque de dentre os mortos.

Situações impossíveis de acreditar

Falamos aqui mais a respeito de Tomé, simplesmente porque ele éstá muito relacionado com o questionamento das coisas, mas gostaria para finalizarmos o estudo analisarmos o texto de João 11 na qual Lazaro morre e é ressuscitado. Vejamos algumas coisas.
Lazaro era um homem rico, foi atendido por diversos médicos, estava doente os médicos não deram resultado, então as irmãs mandão chamar Jesus. Mandaram, pois, as irmãs dizer a Jesus: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas. João 11:3
Jesus realmente amava Lázaro e ao ouvir a notícia dos mensageiro das irmãs, informou que a doença não era para a morte e permaneceu mais dois dias. Quando, pois, ouviu que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde se achava. João 11:6. Quando Jesus falou que a doença não era para a morte, provavelmente, a julgar pela distancia, Lazaro já estava morto.
Os discípulos questionam a volta de Jesus a Betânia, muito próximo de Jerusalém, veja o relato acima falando sobre Tomé.
Depois de quatro dias de Lazaro morto, chega Jesus, meio desacreditado pelas pessoas, afinal Ele disse que Lazaro não iria morrer, e Lazaro estava morto. Os Judeus tinham uma crença na qual dizia que quando uma pessoa morria, era tocada pela ponta da espada do anjo da morte e este liquido de fé fazia efeito ao quarto dia, mostrando o apodrecimento do corpo. Por isso as irmãs diziam que Lazaro já cheirava mal. Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque está morto há quase quatro dias. João 11:39
Considerações sobre o fato: Lazaro estava morto a quatro dias, nunca ninguém ressuscitou depois do terceiro dia, para o Judeu isto era impossível. Jesus disse que ele não iria morrer e morreu. Enfim para acreditar em todo isso era necessário ter uma fé maior do que a fé de Abraão. Coisa que Jesus sabia.Por isso só confirma a promessa, esperando para mostrar a glória de Deus em ação.

Conclusão

Depois de muitos questionamentos e dúvidas, Deus é glorificado enormemente, é como diz o provérbio popular. Para dar um grande salto é necessário primeiro se abaixar.
Deus não recrimina a duvida e investe em pessoas que realmente o queiram conhecer. O Espírito Santo trabalha para glorificar a Deus, e Ele investe muito nas pessoa para serem firme, adultos. Para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro. Efésios 4:14

Por Rubens Silva Aguiar
editor@jacuipenoticias.com

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Comentários:

Ola então é terrível, qdo se dúvida,passa a ter a vida sempre em contradição, então pergunto será pq nunca aconteceu aquilo que esperamos,ou como está no salmo 73, as pessoas prosperam e a gente nada. Pois é ti sofrendo por isso. E preciso de ajuda. Grato.

Valdecir Rodrigues